terça-feira, 25 de março de 2014

Multiplicação: sobre o Plebiscito por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.



Multiplicação! Pensar a reforma constituinte é falar de um povo que a há muito tempo tem os seus direitos negligenciados pelo poder público. As manifestações que foram às ruas do país em 2013 foram demonstrações de insatisfação dos cidadãos com a falta de organização da sociedade brasileira. Organização essa que vem sendo pautada por inúmeros movimentos sociais de esquerda.
Movimentos que pautam o projeto popular como alternativa para avanços na organização social.
Há anos muitas construções têm caminhado e para elas muitos espaços de formação têm sido promovidos com a finalidade de empoderar os militantes da cidade e do campo sobre seus direitos. A juventude tem sido sempre convocada para participar desses momentos de troca de conhecimento para agregar as lutas.
O que pudemos aprender nos espaços de formação que compartilhamos com os companheiros dos movimentos sociais de esquerda é que precisamos lutar por igualdade, a igualdade equivalente à equidade - para ressaltar, aquela que garante que todos os cidadãos tenham as mesmas oportunidades e que suas condições individuais sejam respeitadas.
Precisamos de reforma agrária, de menos agrotóxicos, de mulheres no poder. Precisamos lutar para que as violências racial e sexual acabem. Precisamos lutar por uma educação de mais qualidade, lutar para que as universidades cumpram seus papéis sociais.
É! Precisamos lutar!
E sabemos que os obstáculos para pautar nossas lutas são e serão inúmeros.
Não caímos de paraquedas no lançamento do Plebiscito. Há muito tempo deixamos de nos aventurar nas nossas bolhas e passamos a ter empatia pelo povo. Pelo povo oprimido, pelo povo excluído. Pelo povo que sustenta nossa sociedade, pelo povo que dá vida à dinâmica do sistema capitalista, que financia nossa formação superior almejando estar ocupando nossos lugares. Pelo povo que morre de câncer sem nem imaginar que aqueles produtos que usam na agricultura são tão prejudiciais às suas vidas.
Sabemos da importância que uma reforma política tem para a vida das pessoas, inclusive daquelas que não tem a mesma oportunidade que a gente tem, uma elite intelectual que tem hoje a possibilidade de pensar o que queremos que Brasília semeie.
Sabemos que uma reforma política não mudará imediatamente a vida dos oprimidos e nem garantirá que os opressores reconheçam o lugar que ocupam, pois, foi nesses espaços de formação que compreendemos a importância do trabalho de base. E é esta importância, é essa necessidade que nos faz construir o Mosaico Popular.
Julgam-nos muito dizendo que queremos implantar a ditadura do socialismo e não contextualizamos o medo que eles têm de dividir os bens e os luxos. Não compreendemos que precisamos ocupar as escolas, as associações de bairros, as ONGs, os campos, as periferias. Compramos um discurso de que "precisamos pintar a universidade de povo" sem mesmo saber direito se essa é a única possibilidade que o povo pauta. Vangloriamos a luta dos garis do Rio de Janeiro e esquecemos que eles não se organizaram dentro das universidades públicas.
Apoiamos grandes manifestações que as maiorias – chamadas erroneamente de minorias - promovem depois da luta articulada e se que paramos para fazer trabalho de base com nós mesmo, não temos tido tempo para entender o que é identidade, o que é direito, o que é lei, o que é ser um humano neste país.
Companheiros, algumas sementes foram plantadas dentro de nós. E quando pensamos nessas sementes poderíamos citar grandes companheiros que marcaram a História do mundo, mas hoje falaremos do que temos em nossos corações.
Nos nossos corações cultivamos a esperança de que todas as formas de opressão irão acabar, e que nossos filhos e netos já verão essas transformações. Cultivamos a força para que mesmo diante das contradições não nos falte coragem de lutar.
Cultivamos o companheirismo para que não nos falte afeto e apoio durante essa árdua caminhada por uma sociedade justa.
Cultivamos o amor, aquele amor que Che Guevara nos aconselhou que não perdêssemos nem mesmo diante do desgaste da luta e que Paulo Freire denominou como "intercomunicação íntima de duas consciências que se respeitam.".
Esse amor que temos pelos companheiros de luta e por todo povo oprimido - sabendo que os opressores também são humanos oprimidos pela condição neoliberalista.
Depositamos nas discussões que serão disparadas com a campanha a favor da reforma política nossas energias para ver o mundo mudar. Acreditamos que se inicia uma nova época, mais uma nova época, esta muito mais próxima da bem estar social, pois essa propõe uma metodologia peculiar: trabalho de base. A proposta enche nossos olhos de vida e expectativas positivas, pois estamos falando de uma nova possibilidade de construir o Brasil que queremos em conjunto.
São esses e muitos outros os motivos que fazem o Mosaico Popular ter interesse de compor essa construção! Repetimos, estamos aqui pelo povo oprimido que neste momento sofre vários tipos de violação de direitos, direitos de existir, de sobreviver, de ser.
Há braços!

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